Acidentes oculares em esportes

Lesões oculares relacionadas ao esporte são comuns e podem levar a perda de visão e até cegueira. Todos os anos, os EUA registram mais de 42.000 dessas lesões, com a metade afetando crianças, especialmente meninos, provavelmente devido à participação ativa nos esportes. O risco de lesão ocular varia de acordo com o esporte e depende de fatores como contato físico, equipamento usado e características dos objetos em jogo, como tamanho da bola e velocidade. Esses elementos influenciam grandemente a frequência e gravidade das lesões.

Quais os esportes que podem causar acidentes envolvendo os olhos?

A prevalência de lesões oculares relacionadas ao esporte varia internacionalmente de acordo com o esporte que é mais praticado. Nos EUA, basquete, beisebol, softball, futebol americano, squash e futebol são frequentemente associados a essas lesões. Em contraste, o futebol, tanto de salão quanto ao ar livre, é a causa principal no Brasil. Em uma análise detalhada, lesões no futebol ao ar livre (38,1%) e de salão (34,5%) foram as mais comuns, seguidas pelo handebol (6,0%), basquete (3,6%), vôlei (3,6%) e tênis (2,4%).

Nos EUA, basquete, beisebol, softball, futebol americano, squash e futebol são frequentemente associados a essas lesões. Em contraste, o futebol, tanto de salão quanto ao ar livre, é a causa principal no Brasil

Quais são os tipos de lesão ocular por esporte mais frequentes?

A maioria dessas lesões resulta de ser atingido por uma bola, enquanto outras ocorrem de contato com outros jogadores, como punhos, cotovelos, pés ou joelhos. Embora a vasta maioria das lesões seja acidental, uma pequena porcentagem resulta de dano intencional. Os diagnósticos iniciais mais frequentes são:

  • Hifema (um acúmulo de sangue na parte anterior do olho)
  • Lesões na pálpebra
  • hemorragia retiniana ou vítrea (sangramento profundo no olho),
  • lesões na córnea (a parte transparente central do olho),
  • hemorragias subconjuntivais (na parte branca do olho),
  • glaucoma secundário ao trauma,
  • Fraturas da órbita,
  • Descolamento da retina.

Saiba o que fazer no caso de uma acidente ocular clicando aqui.

Quanto ao tratamento, uma pequena proporção de pacientes precisa de hospitalização ou cirurgia, enquanto a maioria requer medicamentos, incluindo antibióticos e corticosteroides. Uma avaliação imediata e completa por um oftalmologista é crucial, incluindo exames complementares quando indicado. Tais exames incluem a media da pressão intraocular, mapeamento da retina, campo visual, e exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética. O acompanhamento contínuo por um especialista também é importante mesmo na ausência de sintomas, para monitorar complicações tardias, que às vezes podem levar à cegueira se não tratadas.

Estima-se que 90% de todas as lesões oculares relacionadas ao esporte são evitáveis.

Por último, é fundamental educar sobre prevenção, especialmente para aqueles com condições oculares pré-existentes ou que praticam esportes de alto risco. Para atletas com um olho ou condições que comprometem a estrutura do olho, como alta miopia, medidas protetoras são ainda mais vitais.

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Crédito da Imagem: https://www.horacegrant.com/blog/legally-blind/

Fontes:


Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) Podem Causar Cegueira

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu 30 de janeiro como o Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), para elevar a consciência sobre doenças que afetam principalmente indivíduos em vulnerabilidade, onde há carência de saneamento básico e acesso a serviços de saúde adequados.

O que são DTNs?

DTNs são infecções prevalentes em populações de baixa renda. Causadas por vírus, bactérias, protozoários e vermes parasitários. Essas enfermidades recebem menos financiamento para tratamento e pesquisa se comparadas ao HIV/AIDS, tuberculose e malária.

Um sexto da população global, mais de 1 bilhão de pessoas, está infectado por uma ou mais DTNs, resultando em aproximadamente 185.000 mortes anuais.

Por que essas doenças são negligenciadas?

As DTNs não afetam apenas a saúde dos indivíduos, mas também provocam sérias repercussões econômicas, sociais e políticas. A incidência das DTNs está fortemente atrelada à pobreza. Os países com as menores taxas de Desenvolvimento Humano (IDH) e as maiores prevalências de DTNs situam-se nas zonas tropicais e subtropicais. O Brasil, ocupando a 70ª posição no ranking de IDH, abriga 9 das 10 principais DTNs, sendo as regiões Norte e Nordeste as mais afetadas.

A oncocercose, conhecida como Cegueira dos Rios, decorre de um verme parasita veiculado pela mosca negra. Prevalente em áreas ribeirinhas, é a segunda maior causa infecciosa de cegueira.

Quais DTNs podem afetar a visão?

  • O tracoma, uma infecção bacteriana ocular, é a principal causa infecciosa de cegueira, impactando 1,9 milhões de pessoas. Predominantemente infantil, é transmitido por contato direto ou por moscas, sendo mais comum em comunidades carentes. O tratamento precoce pode ser eficaz, mas a falta dele pode resultar em cegueira.
  • A oncocercose, conhecida como Cegueira dos Rios, decorre de um verme parasita veiculado pela mosca negra. Prevalente em áreas ribeirinhas, é a segunda maior causa infecciosa de cegueira.

Apesar de um aumento no investimento para combate às DTNs, ainda é necessária uma atuação mais robusta de entidades governamentais e privadas para reduzir o impacto dessas doenças.

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