Fevereiro roxo: mês da conscientização sobre o lúpus

Lúpus, ou lúpus eritematoso sistêmico, é uma doença inflamatória autoimune onde o próprio sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade e sexo, principalmente entre 20 e 45 anos. Estudos indicam que as doenças autoimunes como o lúpus podem acontecer devido a uma combinação de fatores hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais.

Cerca de 50% dos pacientes com lúpus podem apresentar manifestações oculares.

As manifestações mais comuns do lúpus incluem:

  • Manchas na pele (70%–80%) incluindo erupção malar (rash em borboleta), lúpus discóide, fotossensibilidade e lesões mucosas;
  • Artrite (80%–85%), principalmente nas mãos, pulsos e joelhos;
  • Doença renal (50%–75%);
  • Fenômeno de #Raynaud (30%–50%), caracterizado por episódios de palidez, cianose e rubor dos dedos das mãos e pés, geralmente desencadeados pelo frio ou estresse emocional;
  • Envolvimento neurológico (35%), desde dores de cabeça, alterações cognitivas e convulsões até psicose.

As manifestações oculares do lúpus podem afetar cerca de 50% dos pacientes, as mais comuns sendo:

  • Paralisias dos nervos cranianos;
  • Lesões nas pálpebras;
  • Olho seco;
  • Inflamação de diversas partes do olho:
  • Esclera (a parte branca do olho);
  • Nervo óptico, que pode afetar a visão;
  • Íris, o corpo ciliar e a coroide (tecidos intraoculares);
  •  Retina. A prevalência varia de 3% em pacientes com doença leve a 29% em pacientes com doença mais ativa.

A identificação precoce e o tratamento adequado das manifestações oculares do lúpus são cruciais para evitar complicações visuais significativas. Recomenda-se que pacientes com lúpus sejam regularmente monitorados por um oftalmologista, especialmente aqueles com atividade sistêmica da doença, para prevenir e tratar prontamente quaisquer complicações oculares.

Se não houver cura que, no mínimo, haja conforto.

Apesar do lúpus ser uma doença crônica incurável, o paciente ainda assim pode se beneficiar de tratamentos disponíveis e garantir a melhor qualidade de vida possível.


29 de Fevereiro: Dia Mundial das Doenças Raras

Desde 2008, o último dia de fevereiro foi definido como o Dia Mundial das Doenças Raras. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças raras são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas, que variam de enfermidade para enfermidade, assim como de pessoa para pessoa afetada pela mesma condição.

Existem cerca de 7 mil doenças raras descritas, sendo 80% de origem genética e 20% de causas infecciosas, virais ou degenerativas.

Apesar de individualmente cada uma dessas doenças ser pouco comum, como um grupo, elas afetam 5 indivíduos a cada 10.000 pessoas, um número considerável. No Brasil, 13 milhões de brasileiros vivem com essas enfermidades.

Entre as doenças raras, muitas também afetam a visão. Alguns exemplos são:

  • Paramiloidose,
  • Ehlers-Danlos,
  • Ictiose Lamelar,
  • Xantomatose Cerebrotendínea,
  • Síndromes de Smith-Magenis, Lowe, Cornelia de Lange, Dravet, Marfan, Noonan e Morquio.

Como são pouco conhecidas, para chegar ao diagnóstico, um paciente chega a consultar até 10 médicos diferentes. E, como consequência, a maioria é diagnosticada tardiamente. Para 95% dos pacientes, não há tratamento, restando somente os cuidados paliativos e serviços de reabilitação, e para 3%, existem tratamentos regulares que atenuam os sintomas. Para os 2% restantes, existem tratamentos com medicamentos órfãos, que, por razões econômicas, precisam de incentivo para serem desenvolvidos e podem custar até milhões de reais por paciente.

No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 199/2014, instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, aprovou as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e instituiu incentivos financeiros de custeio.

https://youtu.be/zEQ828Lkxac

Esse é o video da campanha oficial. Mais detalhes e artes para baixar podem ser encontradas no website .


Recomendações de uso de tela na infância

Nos últimos cinco anos, houve um aumento significativo no uso de mídia digital entre jovens. Há cinco anos, eles já passavam, em média, quase 6 horas e meia por dia na frente de telas. Hoje, isso subiu para quase 8 horas — praticamente a mesma carga horária de trabalho diário da maioria dos adultos. Se consideramos o uso de múltiplas mídias simultaneamente, os jovens de hoje podem consumir até 10 horas e 45 minutos de conteúdo de mídia digital em apenas 7 horas e meia! Por incrível que pareça, 21% dos jovens de 8 a 18 anos se envolvem com mais de 16 h de conteúdo de mídia digital (!!) em um só dia de acordo com um relatório da Kaiser Family Foundation.

21% dos jovens de 8 a 18 anos se envolvem com mais de 16 h de conteúdo de mídia digital por dia!

Pré-Adolescência e a Adolescência Se Destacam no Consumo de Mídia Digital

O aumento no uso de mídia quando as crianças atingem o grupo de idade de 11 a 14 anos é substancial — um aumento de mais de três horas por dia de uso de tela, totalizando quase nove horas diárias. Os maiores aumentos são vistos no uso de TV e videogames, com jovens de 11 a 14 anos consumindo em média cinco horas de conteúdo de TV e filmes e quase 1:30h jogando videogames por dia. Em resumo, à medida que as crianças se aproximam da adolescência, seu consumo de mídia intensifica significativamente.

Designar tempos livres de tela (como durante a lição de casa ou antes de dormir) para que a mídia não interfira na aprendizagem e no sono.

Correlação Entre Tempo de Tela e Aumento do Risco de Miopia

Uma revisão no The Lancet Digital Health, que incluiu mais de 30 estudos e dezenas de milhares de crianças em todo o mundo, revela um risco elevado de miopia com o aumento do tempo gasto em smartphones ou tablets. Os fatores contribuintes incluem a demanda por foco de perto e a exposição limitada à luz natural externa.

...um risco elevado de miopia com o aumento do tempo gasto em smartphones ou tablets.

Uso de Telas e Seu Impacto nos Jovens

Quase metade (47%) dos usuários intensos (mais de 16 horas) relatam receber notas ruins, em oposição a 23% dos usuários leves (menos de três horas). Esses usuários intensos também tendem a ter mais problemas comportamentais e relatam níveis mais baixos de felicidade e satisfação. Embora o estudo destaque essas correlações, ele não confirma uma relação definitiva de causa e efeito entre o uso de mídia e esses resultados adversos. A Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente adverte que o excesso de tempo de tela tem sido associado a uma variedade de outros problemas, incluindo:

  • Problemas de sono
  • Desempenho acadêmico ruim
  • Leitura de livros reduzida
  • Menos interação com família e amigos
  • Atividade física inadequada
  • Problemas de peso
  • Dificuldades emocionais
  • Preocupações com autoimagem e imagem corporal
  • Medo de ficar de fora
  • Exploração limitada de outras atividades de lazer

Usuários intensos também tendem a ter mais problemas comportamentais e relatam níveis mais baixos de felicidade e satisfação.

É crucial criar e aderir a um plano de mídia para cada membro da família. Dar o bom exemplo é a chave para ajudar sua família a cultivar uma abordagem equilibrada e saudável ao uso da tecnologia

Influência Positiva da Intervenção dos Pais Faz a Diferença

Felizmente, crianças cujos pais limitam ativamente o uso de mídia passam significativamente menos tempo na frente de telas. As diretrizes dos pediatras sugerem:

  • Menos de 2 anos - Zero tempo de tela, exceto para videochamadas com familiares.
  • 2 a 5 anos - Não mais do que 1h por dia de mídia
  • 5 a 17 anos - Um máximo de 2h por dia, não incluindo lição de casa.

Para promover um ambiente de mídia mais saudável, considere estas regras:

  • Estabelecer zonas livres de tela (como a mesa de jantar) para fortalecer conexões face a face em família.
  • Designar tempos livres de tela (como durante a lição de casa ou antes de dormir) para que a mídia não interfira na aprendizagem e no sono.
  • Aplicar uma política de 'uma tela de cada vez'.

A Mudança Começa Com os Pais e Mães

É crucial criar e aderir a um plano de mídia para cada membro da família. Dar o bom exemplo é a chave para ajudar sua família a cultivar uma abordagem equilibrada e saudável ao uso da tecnologia.

forte ligação entre o tempo gasto em smartphones ou tablets e o aumento da miopia


Março é o Mês da História das Mulheres

8 de março é celebrado o Dia Internacional do Direito das Mulheres desde 1911. Na década de 1970, grupos locais e municípios nos Estados Unidos começaram a celebrar a Semana da História da Mulher, e em 1980, o presidente Jimmy Carter designou a primeira Semana Nacional da História da Mulher, começando em 08 de março daquele ano. Logo notou-se que esse período permitia não apenas a celebração das conquistas das mulheres, mas também um olhar crítico na desigualdade e as oportunidades das mulheres. Em Mês da História das Mulheres de 1987, a semana se tornou um mês inteiro, e o Congresso americano declarou oficialmente o primeiro Mês da História das Mulheres.

Como uma homenagem a todas as mulheres fantásticas que contribuíram enormemente para a evolução da oftalmologia no Brasil e no mundo, hoje voltamos no tempo, relembrando 3 mulheres que mudaram a medicina, especificamente no que se refere ao tratamento de doenças oculares.

Rita Levi-Montalcini

Rita Levi-Montalcini
Rita Levi-Montalcini, c. 1975. Image courtesy of the Bernard Becker Medical Library, Washington University School of Medicine.

Rita Levi-Montalcini foi uma pesquisadora na área de neurociência, de origem italiana e judaica, que descobriu o fator de crescimento nervoso e, com justiça, ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1986, ao lado de seu colaborador Stanley Cohen. Ela foi perseguida pela ditadura fascista de Benito Mussolini e experimentou discriminação de gênero e religiosa durante toda a sua vida. Apesar desses obstáculos, ela realizou suas atividades com diligência e graça, tornando-se um modelo no campo.

Mildred Mosler Weisenfeld

Fight for Sight - National Council to Combat Blindness Founder, Mildred Weisenfeld
Mildred Weisenfeld: From Wikipedia, the free encyclopedia

Mildred Mosler Weisenfeld, nascida no Brooklyn, foi a fundadora da fundação nacional sem fins lucrativos o Conselho Nacional para Combater a Cegueira em 1946, agora conhecida como “Fight for Sight”, uma organização baseada na cidade de Nova York que fornece fundos iniciais para cientistas promissores no início de suas carreiras. Por 50 anos, Weisenfeld foi uma campanha de uma só mulher para aumentar o financiamento para a pesquisa ocular, apesar de perder sua própria visão e não ter formação científica.

Ida Caroline Mann

Ida Mann - Pioneered research in ocular development and pathology
Ida Mann: From Wikipedia, the free encyclopedia

A Professora Ida Caroline Mann foi uma oftalmologista distinta, igualmente conhecida por seu trabalho de pesquisa pioneiro sobre embriologia e desenvolvimento do olho, e sobre as influências de fatores genéticos e sociais na incidência e gravidade de doenças oculares em todo o mundo. Apenas outras seis mulheres eram "Fellows" naquela época.

Acreditamos que melhorar o cuidado da visão significa investir na diversidade. Ao entrarmos no Mês da História da Mulher, dedicamos um tempo para reconhecer essas pioneiras na história da oftalmologia que abriram caminho para outras mulheres na área da visão. Junte-se a nós enquanto celebramos as realizações de mulheres líderes no cuidado dos olhos.


10 a 16 de Março: Semana Mundial do Glaucoma

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira, responsável pela deficiência visual de mais de 7 milhões de pessoas no mundo. Apesar de ser existir tratamentos para controle da pressão ocular e prevenir o dano visual, o glaucoma ainda é a principal causa de cegueira irreversível. No mundo, estima-se que aproximadamente 80 milhões de pessoas possuem glaucoma, estando em risco de perder a visão. No Brasil, o glaucoma é responsável por 4% dos casos de deficiência visual.

Entre 2-3% da população brasileira acima de 40 anos podem ter glaucoma (1,5 milhão de pessoas)

O que é o glaucoma?

Glaucoma é uma doença caracterizada por um grupo de condições relacionada a danos ao nervo óptico e perda do campo visual, cujo principal fator de risco é o aumento da pressão ocular. Outros fatores de risco incluem histórico familiar, uso crônico de corticóide, trauma ou inflamação ocular e fazer parte de um grupo étnico suscetível. A prevalência do glaucoma aumenta com a idade, sendo incomum entre as pessoas com idade inferior a 40 anos (com a exceção dos casos de glaucoma congênito). Como as fases iniciais do glaucoma normalmente não tem sintoma, os pacientes muitas vezes buscam o tratamento em uma fase já bastante adiantada da doença. A prevenção é essencial porque, uma vez que a visão foi perdida, independentemente do tipo de glaucoma, ela não pode ser restaurada.

O glaucoma de ângulo aberto pode ser gerenciado pelo uso contínuo de colírios para reduzir a pressão intraocular ou por meio de cirurgia

Qual o tratamento do glaucoma?

Os dois principais tipos de glaucoma são conhecidos como glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado.

O glaucoma de ângulo aberto pode ser gerenciado pelo uso contínuo de colírios para reduzir a pressão intraocular ou por meio de procedimentos cirúrgicos. Parte do tratamento inclui visitas periódicas ao seu oftalmologista para o monitoramento a longo prazo do campo visual e da pressão intraocular. As crises agudas do glaucoma de ângulo fechado podem ser prevenidas com a detecção precoce através de um exame oftalmológico, seguida de um tratamento a laser ou cirúrgico.

O controle de pressão ocular é a única forma conhecida de evitar a cegueira pelo glaucoma.

Criança também pode ter glaucoma?

O glaucoma congênito é uma causa importante de cegueira infantil. O Teste do Olhinho, que deve ser realizado ainda na maternidade em todos os recém-nascidos, é um teste muito simples, que além de detectar doenças como o retinoblastoma ou catarata, também ajuda a identificar crianças com glaucoma congênito.

Educação, diagnostico precoce e acesso ao tratamento são os três pilares na estratégia de prevenção da cegueira causada pelo glaucoma

Como reduzir o impacto do glaucoma no Brasil?

Para reduzir o número de cegos por glaucoma no Brasil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia sugere três medidas prioritárias:

  • Ampliar o conhecimento da população sobre a doença;
  • Garantir que a população pertencente aos grupos de risco (maiores de 50 anos, histórico familiar da doença, afro descendentes, pacientes com pressão intraocular elevada), sejam submetidos a um bom exame oftalmológico;
  • Garantir o acesso ao tratamento (com o fornecimento dos colírios necessários) e a educação dos pacientes sobre seu uso.

Educação, diagnostico precoce e acesso ao tratamento são os três pilares na estratégia de prevenção da cegueira causada pelo glaucoma!


Abril Marrom: Mês de Conscientização Sobre a Cegueira

O Abril Marrom é uma campanha de conscientização que destaca a importância da prevenção e do combate às diversas causas de cegueira. Este mês é dedicado à educação sobre as condições oftalmológicas que podem levar à perda da visão e enfatiza a importância dos cuidados regulares com a saúde ocular, visando não apenas a detecção precoce de doenças, mas também a promoção de acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência visual.

90% dos casos de perda de visão são por causas evitáveis

 

Globalmente, 1,1 bilhão de pessoas estavam vivendo com perda de visão em 2020
Fonte: Data from VLEG/GBD 2020 model, accessed via the IAPB Vision Atlas

 

Globalmente, 1,1 bilhão de pessoas estavam vivendo com perda de visão em 2020:

  • 43 milhões de pessoas são cegas
  • 295 milhões de pessoas têm deficiência visual moderada a grave
  • 258 milhões de pessoas têm deficiência visual leve
  • 510 milhões de pessoas têm problemas de visão de perto

Quando você inclui todas as formas e níveis de perda de visão, 90% dos casos de perda de visão são por causas evitáveis. De todas as causas, vale ressaltar os erros de refração não corrigidos, por ser a maior causa de perda de visão (todos os níveis) e a catarata, que é a maior causa de cegueira no mundo

 

Pelo menos 771 milhões de pessoas têm perda de visão que pode ser prevenida ou tratada
Fonte: Data from VLEG/GBD 2020 model, accessed via the IAPB Vision Atlas

90% dos casos de perda de visão são preveníveis ou tratáveis

Pelo menos 771 milhões de pessoas têm perda de visão que pode ser prevenida ou tratada, sendo o erro refrativo não corrigido a maior causa de perda de visão:

  • 161 milhões de pessoas vivem com deficiência visual à distância ou cegueira devido a erros de refração não corrigidos
  • 510 milhões de pessoas vivem com deficiência visual de perto, devido a falta de óculos.

Para essas pessoas, a visão pode ser restaurada com óculos adequados, lentes de contato ou cirurgia refrativa. Para as 100 milhões de pessoas que têm perda de visão devido à catarata, 17 milhões de pessoas são cegas, e outras 83 milhões de pessoas apresentam deficiência visual. Para essas pessoas, a visão pode ser restaurada com cirurgia de catarata e implantação de uma lente intraocular.

A perda de visão está ligada à desvantagem socioeconômica

90% das pessoas com perda de visão vivem em países de baixa e média renda, o que explica o porque de termos tantas pessoas vivendo com baixa visual devido a falta de tratamento. Existem também 77 milhões de pessoas com perda de visão que requerem gerenciamento e tratamento contínuos, para condições como degeneração macular relacionada à idade, glaucoma e retinopatia diabética.

Os tratamentos oftalmológicos são viáveis e têm custo-efetividade

Felizmente, o tratamento das maiores causa de cegueira são intervenções altamente custo-efetivas para restauração da visão e oferecem um potencial enorme para melhorar a perspectiva econômica de indivíduos e nações. A cirurgia de catarata e os óculos para correção de erro refrativo estão entre as intervenções de saúde mais custo-efetivas disponíveis. É crucial abordar essas disparidades e melhorar o acesso a tratamentos que não apenas salvam a visão, mas também transformam vidas, fortalecendo economias e comunidades.

O Abril Marrom nos lembra de que, ao cuidar da nossa visão, estamos construindo um futuro mais inclusivo e próspero para todos!

O Abril Marrom nos lembra de que, ao cuidar da nossa visão, estamos construindo um futuro mais inclusivo e próspero para todos.


Acidentes oculares: o que fazer

Nem sempre é possível dizer quando um olho está lesionado ou se o acidente foi leve ou grave. Algumas lesões oculares são apenas óbvias quando ficam realmente sérias. Acidentes envolvendo o olho podem causar perda de visão ou cegueira. É por isso que é importante que um oftalmologista ou outro médico examine o olho o mais rápido possível, mesmo que a lesão pareça leve a princípio.

Leve todas as lesões oculares a sério. NÃO tente tratar uma lesão ocular grave por conta própria.

Causas comuns de lesões oculares incluem:

  • Socos ou chutes
  • Golpes de mãos, bolas ou outros equipamentos esportivos
  • Pedaços de algum material voando como resultado de explosões ou trabalho industrial
  • Projéteis e outros objetos como balas de chumbinho, pedras, dardos, fogos de artifício e cordas elásticas
  • Respingos de produtos químicos ou líquidos quentes

Quais são os sintomas comuns de uma lesão ocular?

Se você notar algum desses sinais em si mesmo ou em outra pessoa, procure ajuda médica imediatamente. Estes são sinais de uma possível lesão ocular grave:

  • Dor contínua no olho
  • Dificuldade para ver
  • Corte na pele da pálpebra
  • Um olho não se move tão bem quanto o outro
  • Um olho salta mais para fora da órbita do que o outro
  • O olho tem um tamanho ou forma de pupila diferente
  • Há sangue na parte branca do olho
  • Algo no olho ou sob a pálpebra que as lágrimas e o piscar não conseguem remover

Quais são os tipos de acidentes oculares?

Os três principais tipos de lesão ocular são o trauma contuso ("pancada"), cortes e queimaduras. A Academia Americana de Oftalmologia estabelece diretrizes sobre como reconhecer e lidar com cada uma delas. Saiba o que fazer (e o que não fazer!), em cada uma dessas situações:

Se você levar um golpe no olho:

  1. Aplique uma compressa fria para diminuir a dor e o inchaço.
  2. Não use pedaços de carne ou outros alimentos para evitar bactérias
  3. Não exerça pressão sobre o olho
  4. Se ocorrer um hematoma, dor ou distúrbio visual após um impacto leve, procure um oftalmologista ou emergência médica rapidamente.

Se o seu olho for cortado ou perfurado:

  1. Coloque um protetor sobre o olho sem pressionar
  2. Não enxágue com água
  3. Não tente remover objetos presos
  4. Não toque ou pressione o olho
  5. Evite aspirina ou ibuprofeno, que podem aumentar o sangramento
  6. Busque atendimento médico de emergência após proteger o olho

Queimaduras químicas no olho:

  1. Enxágue o olho com água limpa imediatamente
  2. Procure atendimento médico de emergência
  3. Informe-se sobre a substância química para passar à equipe médica

Para todos os outros tipos de lesões oculares que mesmo que não pareçam graves, mas que ainda devem ser consideradas sérias:

  1. Não toque ou esfregue o olho
  2. Não remova objetos presos no olho
  3. Não aplique medicamentos sem prescrição, pois podem piorar a lesão
  4. Medicamentos prescritos devem ser usados somente conforme indicação médica
  5. Procure um oftalmologista ou vá à emergência se não for possível uma consulta rápida

Cuide bem dos seus olhos, eles são sensíveis e cada lesão é única, exigindo avaliação especializada para prevenir danos permanentes!

Cuide bem dos seus olhos, eles são sensíveis e cada lesão é única, exigindo avaliação especializada para prevenir danos permanentes!


Janeiro Branco: Mês da Conscientização Sobre Saúde Mental

Você sabia que a perda de visão pode influenciar sua saúde mental?

A perda de visão pode comprometer sua saúde física, elevando o risco de quedas e afetando a qualidade de vida, além de ter um impacto significativo na saúde mental. A perda de visão está associada à solidão, isolamento social e sentimentos de preocupação, ansiedade e medo.

Adultos com perda de visão têm até 3 vezes mais chances de ter depressão comparado com aqueles sem perda de visão.

Segundo uma pesquisa do CDC americano, 1 em cada 4 adultos com deficiência visual relatou ansiedade ou depressão. Curiosamente, adultos jovens com baixa visual apresentam um risco cinco vezes maior de ansiedade ou depressão severas comparados aos idosos, talvez por não terem ainda desenvolvido habilidades de enfrentar a condição.

Se estiver experienciando sintomas de ansiedade ou depressão, converse com seu médico e solicite encaminhamento para um psicólogo.

Quais são os sintomas comuns de ansiedade?

  • Dificuldade em controlar a preocupação
  • Dificuldade de concentração
  • Problemas para dormir
  • Inquietação ou nervosismo
  • Irritabilidade

Quais são os sintomas comuns de depressão?

  • Desinteresse por hobbies e atividades
  • Tristeza ou ansiedade
  • Sensação de impotência
  • Alterações no apetite ou peso
  • Falta de energia

É importante que pessoas com perda de visão sejam avaliadas para ambas as condições já que elas podem coexistir. Na verdade, a ansiedade, quando não tratada, pode aumentar o risco de depressão. O tratamento precoce desses problemas pode melhorar significativamente a qualidade de vida.

Movimente-se mais. Exercícios melhoram o humor e reduzem o risco de doenças que afetam a visão.

5 dicas para saúde dos olhos e da mente

  1. Movimente-se mais. Exercícios melhoram o humor e reduzem o risco de doenças que afetam a visão.
  2. Alimente-se bem. Comidas nutritivas podem evitar diabetes tipo 2, uma causa comum de perda de visão.
  3. Informe seu médico sobre seu histórico familiar, já que problemas de saúde mental e oculares podem ser hereditários.
  4. Não fume. O tabagismo pode diminuir a expectativa de vida e aumentar riscos de doenças oculares.
  5. Cuide das doenças crônicas, seguindo tratamentos e adotando estilos de vida saudáveis para prevenir problemas de saúde mental.

Dicas úteis para evitar acidentes oculares em crianças

Na sequência da nossa última postagem sobre o que fazer em caso de acidentes oculares, agora mostramos como evitar tais incidentes com crianças em casa. Afinal, como diz o ditado popular, é sempre melhor prevenir do que remediar!

Todos os anos, milhares de crianças nos EUA sofrem lesões oculares em casa, brincando ou em veículos. Acidentes com produtos domésticos comuns causam 125.000 lesões oculares (em todas as idades), e brinquedos e equipamentos de parquinhos domésticos resultam em mais de 11.000 lesões oculares infantis. Tais acidentes podem danificar permanentemente a visão da criança ou até levar à cegueira.

As causas mais frequentes de lesões oculares em crianças são:

  • Uso indevido de brinquedos
  • Quedas de camas, contra móveis, em escadas e durante brincadeiras
  • Uso incorreto de ferramentas e objetos cotidianos
  • Contato com produtos domésticos nocivos
  • Acidentes automobilísticos

90% das lesões oculares podem ser prevenidas com o uso de bom senso, práticas de segurança e proteção ocular apropriada. Medidas simples podem resguardar os olhos dos seus filhos.

Para evitar acidentes oculares em casa:

  • Instale portões de segurança nas escadas
  • Ilumine e instale corrimãos para maior segurança
  • Proteja cantos e bordas afiados dos móveis
  • Coloque travas em armários e gavetas acessíveis às crianças
  • Armazene produtos químicos e ferramentas em locais seguros

evitar acidentes oculares em casaCaso seu adolescente utilize produtos de cuidado com a pele ou maquiagem, é importante dialogar sobre a seleção e aplicação segura destes para prevenir lesões oculares. Algumas dicas de segurança são:

  • Prefira produtos hipoalergênicos e sem perfume.
  • Evite sombras ou delineadores com brilho, pérola ou glitter, pois podem arranhar os olhos.
  • Não aplique delineador na borda interna das pálpebras superiores ou inferiores.
  • Evite o uso de pó solto no rosto.
  • Não aplique cremes muito próximos aos olhos.
  • Não se maquie para os olhos enquanto estiver dirigindo, andando ou durante uma conversa.
  • Não compartilhe maquiagem dos olhos.
  • Higienize os pincéis de maquiagem dos olhos com frequência.
  • Não reutilize aplicadores antigos de máscara com refis novos.
  • Não umedeça aplicadores com água ou saliva para diluir máscaras ou delineadores.
  • Evite maquiar os olhos se estiverem vermelhos, inchados ou com sinais de infecção.

Como Evitar Lesões Oculares por Brinquedos InfantisComo Evitar Lesões Oculares por Brinquedos Infantis

  • Leia todos os avisos e instruções dos brinquedos
  • Evite brinquedos com pontas afiadas ou rígidas, eixos, espetos, varas e bordas perigosas
  • Mantenha brinquedos destinados a crianças mais velhas longe das mais novas. Compre apenas brinquedos adequados para cada faixa etária
  • Evite brinquedos que projetam dardos, arcos e flechas e brinquedos que disparam mísseis, em especial para crianças menores de cinco anos
  • Fique atento a itens em parquinhos e áreas de brincar que possam apresentar riscos aos olhos
  • Mantenha armas de ar comprimido longe de crianças. Não permita que seus filhos brinquem com rifles de ar, armas de pressão ou pistolas de chumbinho. Eles são extremamente perigosos e foram reclassificados como armas de fogo, sendo retirados dos departamentos de brinquedos

Como Proteger a Visão das Crianças em Veículos

  • Utilize dispositivos de retenção, como cadeirinhas de segurança para bebês e crianças, assentos de elevação, cintos de segurança e cintos de ombro em carros
  • Crianças com 12 anos ou menos nunca devem viajar no banco da frente
  • Armazene objetos soltos no porta-malas ou fixados no chão. Qualquer objeto solto pode se tornar perigoso em caso de colisão

É fundamental proteger a visão das crianças e dos adolescentes. Usar brinquedos e produtos de forma segura, e ter cuidado com a maquiagem, ajuda muito. Com passos simples e cuidado, mantemos os jovens seguros e ajudamos no crescimento deles num ambiente melhor.

sar brinquedos e produtos de forma segura, e ter cuidado com a maquiagem, ajuda muito. Com passos simples e cuidado, mantemos os jovens seguros e ajudamos no crescimento deles num ambiente melhor

Fontes:

https://www.aao.org/eye-health/tips-prevention/injuries-children

https://preventblindness.org/protect-your-child-from-eye-injuries/

https://www.urmc.rochester.edu/encyclopedia/content.aspx?contenttypeid=90&contentid=P02792


Ceratocone: Do Diagnóstico ao Tratamento Eficaz

O que é ceratocone?

O ceratocone é uma alteração na córnea, parte frontal transparente do olho, que começa a projetar-se para fora como um cone. É uma doença que geralmente aparece na adolescência e pode se agravar com o tempo. Estima-se que o ceratocone afete cerca de 1 a cada 2.000 indivíduos.

Fatores de risco incluem histórico familiar da doença, alergias oculares crônicas, como a conjuntivite alérgica, e hábitos como o esfregar constante dos olhos, que podem contribuir para a progressão do ceratocone.

Os sintomas mais comuns do ceratocone começam com uma leve distorção da visão, percepção de halos, e aumento da sensibilidade à luz e ao brilho. À medida que a doença progride, a visão se torna mais embaçada e distorcida, tanto de perto quanto de longe, o que faz com que as pessoas troquem de óculos com frequência, especialmente para corrigir o astigmatismo.

O ceratocone é uma alteração na córnea, parte frontal transparente do olho, que começa a projetar-se para fora como um cone.
Copyright: ©Zarina Lukash

Para diagnosticar o ceratocone, os médicos usam um exame chamado tomografia corneana, que é como uma varredura detalhada da córnea, mostrando sua forma e espessura. Este exame deve ser feito regularmente para acompanhar qualquer mudança.

Quais sāo os tratamentos para o ceratocone?

Felizmente, existem tratamentos para tentar evitar a progressão do ceratocone. Um deles é o cross-linking, que fortalece a córnea usando uma vitamina B2 especial e luz UVA. Isso é especialmente útil para quem ainda enxerga bem com óculos ou lentes de contato, mas cuja visão continua piorando.

Para melhorar a visão, óculos podem ajudar nos casos mais leves, enquanto lentes de contato rígidas ou lentes esclerais (que cobrem uma parte maior do olho) são usadas quando a visão fica mais afetada

Para melhorar a visão, óculos podem ajudar nos casos mais leves, enquanto lentes de contato rígidas ou lentes esclerais (que cobrem uma parte maior do olho) são usadas quando a visão fica mais afetada. Se as lentes não ajudarem ou forem desconfortáveis, pode-se considerar um anel intraestromal, que muda a forma da córnea para melhorar o encaixe das lentes. Nos casos mais avançados, quando outros tratamentos não funcionam, o transplante de córnea pode ser necessário, seja substituindo apenas uma parte da córnea ou toda ela.

O ceratocone é uma jornada de descobertas e adaptações, mas com os cuidados certos, a visão dos pacientes pode ser preservada e por vezes até melhorada!