Abril Marrom: Mês de Conscientização Sobre a Cegueira

O Abril Marrom é uma campanha de conscientização que destaca a importância da prevenção e do combate às diversas causas de cegueira. Este mês é dedicado à educação sobre as condições oftalmológicas que podem levar à perda da visão e enfatiza a importância dos cuidados regulares com a saúde ocular, visando não apenas a detecção precoce de doenças, mas também a promoção de acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência visual.

90% dos casos de perda de visão são por causas evitáveis

 

Globalmente, 1,1 bilhão de pessoas estavam vivendo com perda de visão em 2020
Fonte: Data from VLEG/GBD 2020 model, accessed via the IAPB Vision Atlas

 

Globalmente, 1,1 bilhão de pessoas estavam vivendo com perda de visão em 2020:

  • 43 milhões de pessoas são cegas
  • 295 milhões de pessoas têm deficiência visual moderada a grave
  • 258 milhões de pessoas têm deficiência visual leve
  • 510 milhões de pessoas têm problemas de visão de perto

Quando você inclui todas as formas e níveis de perda de visão, 90% dos casos de perda de visão são por causas evitáveis. De todas as causas, vale ressaltar os erros de refração não corrigidos, por ser a maior causa de perda de visão (todos os níveis) e a catarata, que é a maior causa de cegueira no mundo

 

Pelo menos 771 milhões de pessoas têm perda de visão que pode ser prevenida ou tratada
Fonte: Data from VLEG/GBD 2020 model, accessed via the IAPB Vision Atlas

90% dos casos de perda de visão são preveníveis ou tratáveis

Pelo menos 771 milhões de pessoas têm perda de visão que pode ser prevenida ou tratada, sendo o erro refrativo não corrigido a maior causa de perda de visão:

  • 161 milhões de pessoas vivem com deficiência visual à distância ou cegueira devido a erros de refração não corrigidos
  • 510 milhões de pessoas vivem com deficiência visual de perto, devido a falta de óculos.

Para essas pessoas, a visão pode ser restaurada com óculos adequados, lentes de contato ou cirurgia refrativa. Para as 100 milhões de pessoas que têm perda de visão devido à catarata, 17 milhões de pessoas são cegas, e outras 83 milhões de pessoas apresentam deficiência visual. Para essas pessoas, a visão pode ser restaurada com cirurgia de catarata e implantação de uma lente intraocular.

A perda de visão está ligada à desvantagem socioeconômica

90% das pessoas com perda de visão vivem em países de baixa e média renda, o que explica o porque de termos tantas pessoas vivendo com baixa visual devido a falta de tratamento. Existem também 77 milhões de pessoas com perda de visão que requerem gerenciamento e tratamento contínuos, para condições como degeneração macular relacionada à idade, glaucoma e retinopatia diabética.

Os tratamentos oftalmológicos são viáveis e têm custo-efetividade

Felizmente, o tratamento das maiores causa de cegueira são intervenções altamente custo-efetivas para restauração da visão e oferecem um potencial enorme para melhorar a perspectiva econômica de indivíduos e nações. A cirurgia de catarata e os óculos para correção de erro refrativo estão entre as intervenções de saúde mais custo-efetivas disponíveis. É crucial abordar essas disparidades e melhorar o acesso a tratamentos que não apenas salvam a visão, mas também transformam vidas, fortalecendo economias e comunidades.

O Abril Marrom nos lembra de que, ao cuidar da nossa visão, estamos construindo um futuro mais inclusivo e próspero para todos!

O Abril Marrom nos lembra de que, ao cuidar da nossa visão, estamos construindo um futuro mais inclusivo e próspero para todos.


Fevereiro: Mês de Conscientização da Visão Subnormal

Fevereiro é o Mês de Conscientização da Visão Subnormal, dedicado a informar sobre a deficiência visual que não pode ser corrigida com óculos, lentes de contato ou outros tratamentos como medicamentos ou cirurgia. Isso dificulta milhões de pessoas de realizar atividades diárias, como se locomover, ler ou cozinhar.

A boa notícia é que os serviços de reabilitação visual podem ajudar pessoas com deficiência visual a aproveitar ao máximo a visão que possuem — e continuar fazendo as coisas que amam!

A reabilitação visual abrange estratégias e auxílios para ajudar as pessoas a maximizarem sua visão restante. O plano de reabilitação é desenvolvido por uma equipe de profissionais onde o objetivo é adequar um programa que atenda às necessidades específicas do paciente, seja melhorar a capacidade de ler, gerenciar tarefas domésticas ou viajar com segurança.

Dispositivos de baixa visão, como lupas especiais, materiais com letras grandes, lâmpadas de alta intensidade ou sistemas eletrônicos que ampliam ou realçam textos e imagens, são um componente chave da reabilitação visual. Além disso, auxílios não ópticos, como livros em áudio e softwares de reconhecimento de voz, também podem fazer parte da solução, permitindo que aqueles com perda de visão participem de atividades que gostem e completem tarefas de maneira mais eficiente.

Treinamento e educação em reabilitação visual capacitam os pacientes a usarem sua visão residual de forma eficaz. O processo de reabilitação também foca no aspecto emocional da perda de visão, fornecendo suporte e aconselhamento para ajudar os pacientes a se adaptarem.

Especialistas ressaltam a importância da intervenção precoce e aconselham que aqueles com perda de visão significativa busquem orientação de um oftalmologista especializado em visão subnormal para explorar opções de reabilitação. Há vários tipos desses serviços, e conversar com seu oftalmologista pode ajudar a identificar quais são adequados para você. Estes serviços fornecem habilidades e recursos para gerenciar a vida diária e manter sua independência!


4 de Fevereiro: Dia Mundial de Combate ao Câncer

O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma oportunidade para disseminar informações sobre prevenção e controle para a população. Embora menos comum do que cânceres como o de mama ou pulmão, o impacto do câncer ocular é profundo, afetando a visão e, em casos graves, potencialmente fatais.

Os mais comuns tipos de câncer ocular incluem:

  • Melanoma Uveal: O tipo mais comum de câncer primário intraocular em adultos, principalmente em pessoas de olhos claros e idosas, afetando até 10 em cada 1 milhão de pessoas.
  • Retinoblastoma: Um câncer infantil que afeta 400 crianças todo ano no Brasil, tem início nos primeiros anos de vida, crescimento rápido, mas felizmente um potencial de cura se diagnosticado precocemente
  • Cânceres de Conjuntiva: Relacionado a exposição ao sol, surge na conjuntiva, a membrana que cobre a parte branca do olho.
  • Cânceres de Pálpebra: Também relacionados a exposição ao sol, esses cânceres afetam a pele das pálpebras, um risco para o olho e a visão se não tratados.

Sinais comuns incluem:

  • Mudanças na visão (visão embaçada, sombras ou flashes de luz)
  • Alterações visíveis no olho (uma mancha escura crescendo na íris)
  • Dor ou desconforto no olho ou ao redor dele
  • Um caroço perceptível na pálpebra ou no olho que pode ser doloroso ou não

Certos fatores aumentam o risco de desenvolver câncer ocular, incluindo idade, exposição à luz UV e genética. Embora nem todos os fatores de risco sejam controláveis, medidas protetoras como o uso de óculos de sol com proteção UV e exames oftalmológicos regulares podem ajudar a detectar alterações precocemente.

O câncer ocular, embora raro, requer conscientização e detecção precoce para ser gerenciado efetivamente.

O diagnóstico envolve um exame oftalmológico completo, testes de imagem e, às vezes, uma biópsia. As opções de tratamento variam, incluindo cirurgia, radioterapia, terapia a laser e quimioterapia, personalizadas de acordo com a condição do indivíduo e o tipo de câncer.

Mantendo-se informados e vigilantes, podemos enfrentar juntos os desafios apresentados pelo câncer ocular!


15 de Fevereiro: Dia Internacional Contra o Câncer Infantil

Retinoblastoma é um câncer da retina - a parte interna do seu olho que processa a visão - e pode ocorrer em um ou ambos os olhos. O retinoblastoma afeta mais comumente crianças pequenas, mas pode raramente ocorrer em adultos.

Embora o retinoblastoma nem sempre seja hereditário, mutações genéticas que aumentam o risco podem ser transmitidas de pais para filhos. Se um dos pais carrega um gene mutado, cada filho tem 50% de chance de herdar esse gene.

Quais os sinais e sintomas do retinoblastoma?

Como o retinoblastoma afeta principalmente bebês e crianças pequenas, muitas vezes não há queixa alguma. Sinais que você pode notar incluem:

  • Uma cor branca no círculo central do olho (pupila) quando luz é projetada no olho (teste do olhinho)
  • Olhos que parecem estar olhando em direções diferentes
  • Dificuldade em enxergar
  • Vermelhidão
  • Inchaço das pálpebras

Marque uma consulta se você notar qualquer mudança nos olhos do seu filho. Se você tem um histórico familiar de retinoblastoma, discuta isso com seu médico se estiver planejando ter filhos.

Mesmo na ausência de sintomas, é aconselhável que todas as crianças consultem um oftalmologista no primeiro ano de vida, para detecção precoce de qualquer doença ocular, incluindo retinoblastoma.

Quais são as opções de tratamento para crianças com retinoblastoma?

O tratamento do retinoblastoma visa preservar a vida da criança, salvar o olho afetado e proteger a visão. As opções incluem quimioterapia, terapia localizada (como crioterapia, termoterapia ou braquiterapia), radioterapia, e em casos avançados, a remoção do olho. A escolha do tratamento depende de cada paciente e a detecção precoce é crucial para um prognóstico mais favorável e a possibilidade de usar terapias menos invasivas.

As taxas de cura para retinoblastoma têm melhorado significativamente, com estudos indicando uma taxa de sobrevida de mais de 95% quando o câncer está confinado ao olho.

É importante ressaltar que a supervisão contínua é necessária para monitorar possíveis recorrências ou o desenvolvimento de cânceres secundários.


Fevereiro roxo: mês da conscientização sobre o lúpus

Lúpus, ou lúpus eritematoso sistêmico, é uma doença inflamatória autoimune onde o próprio sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade e sexo, principalmente entre 20 e 45 anos. Estudos indicam que as doenças autoimunes como o lúpus podem acontecer devido a uma combinação de fatores hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais.

Cerca de 50% dos pacientes com lúpus podem apresentar manifestações oculares.

As manifestações mais comuns do lúpus incluem:

  • Manchas na pele (70%–80%) incluindo erupção malar (rash em borboleta), lúpus discóide, fotossensibilidade e lesões mucosas;
  • Artrite (80%–85%), principalmente nas mãos, pulsos e joelhos;
  • Doença renal (50%–75%);
  • Fenômeno de #Raynaud (30%–50%), caracterizado por episódios de palidez, cianose e rubor dos dedos das mãos e pés, geralmente desencadeados pelo frio ou estresse emocional;
  • Envolvimento neurológico (35%), desde dores de cabeça, alterações cognitivas e convulsões até psicose.

As manifestações oculares do lúpus podem afetar cerca de 50% dos pacientes, as mais comuns sendo:

  • Paralisias dos nervos cranianos;
  • Lesões nas pálpebras;
  • Olho seco;
  • Inflamação de diversas partes do olho:
  • Esclera (a parte branca do olho);
  • Nervo óptico, que pode afetar a visão;
  • Íris, o corpo ciliar e a coroide (tecidos intraoculares);
  •  Retina. A prevalência varia de 3% em pacientes com doença leve a 29% em pacientes com doença mais ativa.

A identificação precoce e o tratamento adequado das manifestações oculares do lúpus são cruciais para evitar complicações visuais significativas. Recomenda-se que pacientes com lúpus sejam regularmente monitorados por um oftalmologista, especialmente aqueles com atividade sistêmica da doença, para prevenir e tratar prontamente quaisquer complicações oculares.

Se não houver cura que, no mínimo, haja conforto.

Apesar do lúpus ser uma doença crônica incurável, o paciente ainda assim pode se beneficiar de tratamentos disponíveis e garantir a melhor qualidade de vida possível.


29 de Fevereiro: Dia Mundial das Doenças Raras

Desde 2008, o último dia de fevereiro foi definido como o Dia Mundial das Doenças Raras. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças raras são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas, que variam de enfermidade para enfermidade, assim como de pessoa para pessoa afetada pela mesma condição.

Existem cerca de 7 mil doenças raras descritas, sendo 80% de origem genética e 20% de causas infecciosas, virais ou degenerativas.

Apesar de individualmente cada uma dessas doenças ser pouco comum, como um grupo, elas afetam 5 indivíduos a cada 10.000 pessoas, um número considerável. No Brasil, 13 milhões de brasileiros vivem com essas enfermidades.

Entre as doenças raras, muitas também afetam a visão. Alguns exemplos são:

  • Paramiloidose,
  • Ehlers-Danlos,
  • Ictiose Lamelar,
  • Xantomatose Cerebrotendínea,
  • Síndromes de Smith-Magenis, Lowe, Cornelia de Lange, Dravet, Marfan, Noonan e Morquio.

Como são pouco conhecidas, para chegar ao diagnóstico, um paciente chega a consultar até 10 médicos diferentes. E, como consequência, a maioria é diagnosticada tardiamente. Para 95% dos pacientes, não há tratamento, restando somente os cuidados paliativos e serviços de reabilitação, e para 3%, existem tratamentos regulares que atenuam os sintomas. Para os 2% restantes, existem tratamentos com medicamentos órfãos, que, por razões econômicas, precisam de incentivo para serem desenvolvidos e podem custar até milhões de reais por paciente.

No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 199/2014, instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, aprovou as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e instituiu incentivos financeiros de custeio.

https://youtu.be/zEQ828Lkxac

Esse é o video da campanha oficial. Mais detalhes e artes para baixar podem ser encontradas no website .


Março é o Mês da História das Mulheres

8 de março é celebrado o Dia Internacional do Direito das Mulheres desde 1911. Na década de 1970, grupos locais e municípios nos Estados Unidos começaram a celebrar a Semana da História da Mulher, e em 1980, o presidente Jimmy Carter designou a primeira Semana Nacional da História da Mulher, começando em 08 de março daquele ano. Logo notou-se que esse período permitia não apenas a celebração das conquistas das mulheres, mas também um olhar crítico na desigualdade e as oportunidades das mulheres. Em Mês da História das Mulheres de 1987, a semana se tornou um mês inteiro, e o Congresso americano declarou oficialmente o primeiro Mês da História das Mulheres.

Como uma homenagem a todas as mulheres fantásticas que contribuíram enormemente para a evolução da oftalmologia no Brasil e no mundo, hoje voltamos no tempo, relembrando 3 mulheres que mudaram a medicina, especificamente no que se refere ao tratamento de doenças oculares.

Rita Levi-Montalcini

Rita Levi-Montalcini
Rita Levi-Montalcini, c. 1975. Image courtesy of the Bernard Becker Medical Library, Washington University School of Medicine.

Rita Levi-Montalcini foi uma pesquisadora na área de neurociência, de origem italiana e judaica, que descobriu o fator de crescimento nervoso e, com justiça, ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1986, ao lado de seu colaborador Stanley Cohen. Ela foi perseguida pela ditadura fascista de Benito Mussolini e experimentou discriminação de gênero e religiosa durante toda a sua vida. Apesar desses obstáculos, ela realizou suas atividades com diligência e graça, tornando-se um modelo no campo.

Mildred Mosler Weisenfeld

Fight for Sight - National Council to Combat Blindness Founder, Mildred Weisenfeld
Mildred Weisenfeld: From Wikipedia, the free encyclopedia

Mildred Mosler Weisenfeld, nascida no Brooklyn, foi a fundadora da fundação nacional sem fins lucrativos o Conselho Nacional para Combater a Cegueira em 1946, agora conhecida como “Fight for Sight”, uma organização baseada na cidade de Nova York que fornece fundos iniciais para cientistas promissores no início de suas carreiras. Por 50 anos, Weisenfeld foi uma campanha de uma só mulher para aumentar o financiamento para a pesquisa ocular, apesar de perder sua própria visão e não ter formação científica.

Ida Caroline Mann

Ida Mann - Pioneered research in ocular development and pathology
Ida Mann: From Wikipedia, the free encyclopedia

A Professora Ida Caroline Mann foi uma oftalmologista distinta, igualmente conhecida por seu trabalho de pesquisa pioneiro sobre embriologia e desenvolvimento do olho, e sobre as influências de fatores genéticos e sociais na incidência e gravidade de doenças oculares em todo o mundo. Apenas outras seis mulheres eram "Fellows" naquela época.

Acreditamos que melhorar o cuidado da visão significa investir na diversidade. Ao entrarmos no Mês da História da Mulher, dedicamos um tempo para reconhecer essas pioneiras na história da oftalmologia que abriram caminho para outras mulheres na área da visão. Junte-se a nós enquanto celebramos as realizações de mulheres líderes no cuidado dos olhos.